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quarta-feira, 15 de julho de 2015

História de Pernambuco

Como dito anteriormente o projeto terá três (3) fases distintas. A primeira compreende o período Colonial (De 1498 ao fim do século XVIII), a segunda o contexto do Império (Século XIX) e por fim a ascensão da Republica (1889 ao século XX). Assim para melhor situar o leitor as linhas que se seguem ajudam a mergulhar nesta viagem de volta ao século XV, época da Chegada de Colombo as Terras Ocidentais, da criação do Prelo de Gutenberg (1498) e de muitos dos atos e intentos dos nossos antepassados que marcaram direta ou indiretamente a história que hoje conhecemos.

No século XX o Recife ficou famoso pelo seu Carnaval que, nos primeiros meses de cada ano arrasta milhares de foliões pelas ruas da cidade. Esta polis é o centro econômico do Estado de Pernambuco e tem uma longa história de tradições e costumes, no entanto sua característica mais expressiva é a de ser um centro cosmopolita. Começando pelo seu nome que para alguns intelectuais e estudiosos locais é confundido em gênero, como dizem “a cidade 'dO' Recife é macho”, mas popularmente todos acham que seja "a" Recife, talvez por conta da origem árabe de seu nome:

“O nome "Recife" provém da palavra "arrecife", grande barreira rochosa de arenito (recifes) que se estende por toda a sua costa, formando piscinas naturais. O termo ‘arrecife’ vem de ‘al-raçif’, que em árabe significa ‘calçada’, ou seja, a calçada do mar” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Recife).

Abaixo a cronologia que se pretende abordar nesta odisseia:

1. Período Colonial (1498 ao século XVII)

1.2. O Antebellum (1498-1630)

Sem dúvida a praça do Recife depois das de Antuérpia foi um dos maiores centro cosmopolitas da época. Pelo porto de Pernambuco não só os muçulmanos passaram, é importante lembram que, antes de 1492 já habitavam a terra os povos tupi dos Caetés.  E próximo da aurora do século XVI, para ser mais exato dois anos antes do fim deste século, a historiografia nos mostra que o ano de 1498 foi um marco - hoje esquecido - para os pernambucanos pois ao norte além dos Pirineus Portugal fundava em  Antuérpia Antwerpen (Hoje Bélgica) sua feitoria. A Feitoria Portuguesa de Antuérpia foi um marco para a história de Pernambuco e do Brasil, mas poucos são os interessados em retratar este momento.

Desta forma restou para história que conhecemos o registro de que após a chegada dos Iberos lusitanos ao território no sul da América, em 12 de março de 1537, Duarte Coelho Pereira recebe de Dom João III, rei de Portugal, em Évora, o foral que lhe concedia a donataria da Capitania de Pernambuco. O Donatário foi um bom gestor, sob sua regência a economia nas terras da Capitania prosperou através do açúcar.

Contudo outras potências europeias estavam atentas à efervescência econômica da Capitania de Pernambuco. Espanhóis, Franceses, Ingleses e mesmo Alemães tinham ligações com esta ponta da América portuguesa, mas foram outros povos germanos mais ao norte que devido a complicações politicas em Portugal, após a trágica morte de Dom Sebastião em Alcácer-Quibir (1578), pôs fim à Dinastia de Aviz e deixou o trono português sem sucessor até que um parente espanhol, Felipe II, é reconhecido como herdeiro legítimo por ser descendente direto (por parte da mãe) de Dom Manuel – o Venturoso (1495-1521).

A união das coroas dos reinos de Portugal e Espanha em 1578 dá inicio a uma longa crise econômica que já vinha se desenrolando entre Espanhóis e Neerlandeses. Este marcos é conhecido como União Ibérica (1581). O embargo de Felipe II ao comércio Neerlandês em Portugal os fez buscar novas praças de comércio, partindo assim para as possessões espanhola na América. Visto que este povos (Batavos) já tinham relações estreitas com estes territórios desde os tempos da Feitoria de Flandres, negociando com os indígenas do norte do Brasil (Amapá). Além do mais o próximo Reino de Portugal fretava as embarcações Flamengas para transportar o açúcar  da Capitania para o Reino desde antes de 1580, diz o historiador Engel Sluiter.

Porém os entraves entre os Países Baixos e os Espanhóis acentuavam-se cada vez mais. Foi então que os Conselho dos Dezenove Heeren XIX - um grupo de empresários - decidiu que era hora de investir em definitivo sobre os domínio Espanhóis criando em 1602 a Companhia Holandesa das Índias Orientais Vereenigde Oost-Indische Compagnie - WOC  com objetivo de excluir os competidores europeus da rota do comércio com a Índia, mais só em 1609 é a Companhia passa a funcionar.  

Em junho 1621 passa a funcionar Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais West-Indische Compagnie  - WIC, pois havia o interesse dos Flamengos em levar ao Novo Mundo, tal como já vinha fazendo na Ásia sua congênere, a bem sucedida Companhia Holandesa das Índias Orientais, a guerra da independência dos Países Baixos, atacando os pontos-chave do Império espanhol. As possessões portuguesas, seriam o calcanhar-de-aquiles, e se pensava que a Espanha sacrificaria sua própria defesa em benefício da proteção dos seus domínios americanos. Assim em 1624, a WIC tenta ocupar Salvador (Bahia), capital da colônia lusitana na América. Não obtendo êxito, os neerlandeses segue em direção a Pernambuco, a partir de 1625.

Assim, em 2 de março de 1630 a Capitania de Pernambuco tem seus dois mais importantes território dominados pelos povos germanos do litoral oeste da Europa (Batavos) - Olinda em 16 de fevereiro e Recife neste dias. A história consagrou este momento como o marco inicial do Período Holandês (que deveria ser Neerlandês, pois Holanda foi umas das províncias unidas com maior poder entre as demais, mas não a única na empreitada). A patente contratual de 3 de junho de 1621 que concedia à WIC o monopólio do comércio, por vinte e quatro anos a partir de primeiro de julho de 1621, na costa ocidental da África, desde o Trópico de Câncer até o Cabo da Boa Esperança, e nas costas ocidentais e orientais da América expira em 1645 (Leia mais!). O Conde de Siegen, João Maurício de Nassau, deixa a Capitania um ano antes (1644) retornando para o Velho mundo. Inicia-se a partir de então uma série de investidas dos da terra para ter de volta o controle do território (Batalhas dos Montes Guararapes, Tabocas) por fim em 1654, a Capitania retorna ao rei de Portugal.

Entre 1630 e o meados do século XX, além do trânsito de diversas culturas, este território terá muitas histórias para contar. Contudo nosso intuito aqui é o de organizar o pensamento do viajante para poder assim aproveitar melhor sua estada na Calçada do Mar (al-raçif) e suas hinterlands.


1.2. O Postbellum (1654-1710)

A etapa seguinte contará o que se passou depois que os Neerlandeses deixaram a Capitania. Sob o governo dos da terra, deixa de existir a Câmara dos Escabinos. Mazombos e reinóis dão inicio a uma nova disputa pela hegemonia da Capitania que culminará na primeira décadas do século XVIII com a fundação da Villa do Recife e Fundação da Câmara Municipal desta província. Porém as disputas estavam só no começo em 1710 estoura uma outra revolução, conhecida por Guerra dos Mascates.

2. A Era das Revolução (1822-1889)

Este é segundo o historiado britânico Eric Hobsbawm o período mais conturbado da história mundial que tem seu inicio ainda em fins do século XVIII com o fim do Feudalismo, na Noite de 4 de agosto de 1789, Que terá um grande impacto sobre a Queda da Monarquia no século XIX, assim como Conspiração dos Suassunas. É a época das grandes Revoluções Industrial e Francesa e a ascensão da Republica e a Abolição da Escravatura no Brasil.  É também o século em que Charles Darwin visita a América e de passagem pelo Brasil deixa seu rastro científico por Recife e Olinda (1832-1836) antes de seu retorno à Inglaterra. Além dos eventos marcantes da  Revolução Pernambucana de 1817, A Confederação do Equador em 1824 e a Praieira (1848-50) . Além de outros fatos como a fundação do Diário de Pernambuco (1825) entre outros momentos históricos.

3. A "Res" Pública  (1889 ao século XX)

Após a conturbada proclamação da República  Pernambuco enfrentará dificuldades com o declínio dos Engenhos de Cana, surgem as Usinas, a Delmiro Gouveia dá a Luz elétrica a Pernambuco, Pernambuco e a primeira Guerra Mundial (1914) no período da República Velha, a Revolução de 1930, A morte de João Pessoa por João Dantas na Confeitaria Glória à Rua Nova, o Governo de  Carlos de Lima Cavalcanti e Era Vargas, o Estado Novo (1937 – 1945), Pernambuco e a Segunda Guerra mundial (1945), a Ditadura e a Redemocratização. Além de outros acontecimentos pós 1992.

 Texto por ANDRADE, J.P.M.